CÂNCER DE ESÔFAGO
Como é realizado o Diagnóstico?
O esôfago é a porção do sistema digestivo que liga a boca ao estômago. A sua função principal é conduzir o alimento para ser digerido pelos outros órgãos digestivos; por isto, ele tem o formato de um tubo que se estende do pescoço, atrás da traqueia, pelo tronco atrás do osso do peito, até a "boca do estômago". É composto basicamente de músculo recoberto, por dentro, por células de vários tipos.
O esôfago se divide em três partes: • A porção superior (mais perto da boca) • A porção média • A porção inferior (mais perto do estômago)
A maioria dos cânceres de esôfago se origina nas células de tipo epitelial, os chamados carcinomas, ou nas células das glândulas, os chamados adenocarcinomas. Esses tipos de tumor variam de freqüência dependendo da região no mundo. No Brasil, o tipo mais comum é o tipo epitelial, sendo que, aproximadamente, 50% se localiza no terço médio, 30%, no terço inferior e 20%, no terço superior. Usualmente, esse tipo de tumor só causa sintoma depois que cresceu bastante, por isto, na maioria das vezes, só é diagnosticado nos seu estágio mais avançado, quando as chances de cura são menores. O sintoma mais comum é a disfagia, ou seja, dificuldade para engolir, com ou sem dor. Se o tumor não é tratado, ele pode obstruir totalmente a passagem do alimento para o estômago.
O exame que diagnostica o câncer de esôfago e que poderia diagnosticá-lo precocemente é a endoscopia digestiva alta.
Como é realizado o exame:
Através da introdução de um aparelho flexível pela boca, que tem uma câmara de vídeo na sua extremidade, um médico especialista pode ver todo o tubo digestivo superior, ou seja, a boca, o esôfago, o estômago e a porção inicial do intestino, o duodeno. Nesse exame, o médico pode ver as porções alteradas do interior do esôfago e retirar um pequeno pedaço desse local para ser examinado por um patologista, que tem condições de dizer se as alterações vistas estão relacionadas a uma alteração maligna das células. Algumas substâncias, quando em contato com a mucosa (revestimento interno) do esôfago, podem mostrar qual as áreas mais prováveis de estarem alteradas. Essas substâncias podem ser espalhadas por um spray por todo o esôfago durante a endoscopia.
Atualmente recomenda-se que pessoas que tenham fatores de risco para esse tipo de tumor devem fazer este exame com uma frequência determinada pelo seu médico, que irá considerar o risco individual da pessoa e dos achados de exames anteriores.
Apesar de muitos estudos estarem em andamento para determinar o valor da utilização da endoscopia digestiva alta na detecção precoce do câncer de esôfago, nenhum conseguiu comprovar ainda que fazer esse exame de forma regular diminuirá a chance de morrer por causa deste tipo de câncer.
Fatores de risco:
Alcoolismo:
O maior fator de risco para câncer de esôfago é o alcoolismo, principalmente quando associado ao fumo. Pessoas que ingerem 80 gramas ou mais por dia de álcool na forma de bebidas, têm um risco muito aumentado para esse tipo de tumor, sendo que 80 gramas de álcool = 4 a 5 doses de uísque ou cachaça ou 4 a 5 latinhas de cerveja ou 3 a 4 cálices de 200 ml de vinho.
Fumo:
Fumar cigarro é fator de risco para câncer de esôfago (principalmente quando a pessoa fuma mais de 40 maços de cigarro por ano).
Doenças anteriores ou associadas:
Pessoas que têm história de Doença de Chagas que comprometeu o esôfago (megaesôfago), carcinomas de outros locais, principalmente da cabeça e do pescoço, doença celíaca ou esofagite de refluxo com alterações da porção inferior da mucosa do esôfago (Esôfago de Barret) têm um risco aumentado para esse tipo de câncer.
Infecções:
Pessoas que tem a bactéria Helicobacter pylori detectada através de uma endoscopia, têm menor chance de desenvolver esse tipo de câncer. Esse tipo de infecção causa, na maioria das vezes, sintomas semelhantes a uma gastrite e aumenta o risco de outro tipo de câncer, o câncer de estômago. Estudos têm associado o câncer de esôfago ao Papilomavírus humano (HPV), que também está relacionado ao câncer de colo uterino.
Dieta:
Comer muitos alimentos salgados, defumados ou que foram preservados de forma inadequada, contaminados por aspergillus ou ricos em nitritos e nitrosaminas pode aumentar o risco de um indivíduo para esse tipo de câncer.
Desnutrição, principalmente associada ao alcoolismo e deficiência vitamínica (vitaminas A, B e C), estão associados a uma maior chance de ter esse tipo de câncer.
Líquidos quentes, como chimarrão, estão associados a um maior risco para desenvolver esse tumor.
Raça:
Pessoas da raça negra têm mais risco de desenvolver esse tumor.
Pergunte ao seu médico:
Eu sempre tomei muito chimarrão? Devo fazer algum exame especial por causa disso?
Às vezes eu tenho dor para engolir alimentos sólidos. Eu devo fazer algum exame para saber o porquê?
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